segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Termos Americanos Invadem O Reino Unido


Mathew Engel é um jornalista britânico com uma história brilhante na área. Em 13 de julho, ele escreveu um texto para a BBC falando sobre os termos típicos do inglês americano que invadiram (e continuam invadindo) o inglês britânico. O título da matéria é “Why do some Americanisms irritate people?”.

No texto ele cita palavras que eram vistas como horrorosas pelos britânicos, mas que com o tempo acabaram sendo aceitas pela população. Entre essas palavras estão “talented” (talentoso), “reliable” (confiável), “influential” (influente, poderoso) e “tremendous” (tremendo, gigantesco).

Ainda no texto ele menciona o tipo de inglês conhecido como Globish (International English), uma versão da língua inglesa conhecida e usada por pessoas de todo mundo e de todas as nacionalidades, ou seja, um inglês global, sem ser específicamente de um país ou outro.

O curioso é que ele questiona o fato desse inglês internacional não ter nada a ver com o inglês britânico, mas sim com o inglês americano. Afinal, de acordo com o Oxford Guide to World English, “o inglês americano tem um papel global no começo do século 21 comparável ao inglês britânico no começo do século 20”. Em outras palavras, o jogo se inverteu. Pois agora, ao que parece, o inglês americano tem se alastrado pela boca dos britânicos, principalmente do público mais jovem.

A prova disso é que muitos jovens na Inglaterra não dizem mais “go to the cinema” (ir para o cinema), mas dizem “go to the movies”. “Caminhão” na Inglaterra está deixando de ser “lorry” para se tornar “truck”. A palavra “hike” está sendo usada como “aumento de salário” ou “aumento de preço” e não mais como uma caminhada no campo. Uma chave inglesa está sendo chamada de “wrench” não mais “spanner”. Os elevadores agora são “elevators” e não mais “lifts”. As pessoas compram e vendem um “apartment” deixando a palavra “flat” de lado.

Os americanismos (expressões e usos típicos do inglês americano) estão invadindo o Reino Unido não só como palavras, mas também como expressões. Um exemplo é “it doesn’t faze me that...” (não me surpreende que...) que para os puristas do inglês britânico deve ser algo como “it doesn’t surprise me that...”.

Enfim, isso de certa forma mostra que é impossível colocar rédeas em uma língua e controlá-la a todo custo. Uma língua viva muda, se transforma, se influencia, se refaze, copia algo de outras línguas, dá uma nova roupagem (significado) a velhos termos, etc. Mas ainda assim as pessoas parecem não compreender isso. Mathew encerra o texto dele dizendo, “Britain is a very distinct country from the US. Not better, not worse, different. And long live that difference. That means maintaining the integrity of our own gloriously nuanced, subtle and supple version - the original version - of the English language”.

Quer ler o texto dele de Mathew Engel na íntegra e assim praticar sua leitura em inglês? Então, clique aqui. Veja lá qual é a opinião dele sobre isso tudo e divirta-se.

That’s all for now! Take care, you all!